PubMed-por:30365850
A subcultura BDSM (Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo, Masoquismo) organiza-se em torno de práticas eróticas dissidentes, pautadas no consentimento. A partir de uma netnografia, este estudo visa apreender como os adeptos de BDSM se apresentam do ponto de vista identitário no ciberespaço. Neste sentido, blogs e sites relacionados ao BDSM foram acompanhados, bem como redes sociais. Somam-se a este material, entrevistas de adeptos em outras mídias. Técnicas de amostragem por saturação e Análise de Discurso foram aplicadas. Ao erotizarem o poder, constroem jogos eróticos pautados em hierarquias, onde um indivíduo ocupa o papel de dominação e o outro, de submissão. Todavia, para além de um mero papel sexual, os adeptos defendem que tanto a dominação quanto a submissão fazem parte de sua própria natureza, revelando um discurso essencializador ou instaurando o que afirmam ser uma orientação sexual. A partir de cenários, vestimentas e apetrechos sexuais específicos, seus praticantes ressignificam traumas sociais, particularmente os que envolvem a opressão de gênero. A despeito do estigma que marca os sujeitos envolvidos, suas narrativas bebem de alguns dos pilares da subjetividade contemporânea, dos quais se destaca, a valorização da experiência, do desenvolvimento de si e da maximização do prazer.
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