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Introdução: Os profissionais dos cuidados de saúde primários encontram-se numa posição privilegiada para identificarem e orientarem casos de maus-tratos de idosos. Este estudo investigou o enquadramento destes profissionais nesta matéria. Material e Métodos: Elaborou-se um questionário posteriormente aplicado a Médicos e enfermeiros de 12 Unidades de Saúde de Coimbra. Estudaram-se par'metros relacionados com aspetos demográficos, perceção do abuso e estratégias de atuação, experiência pessoal e formação nesta área. Resultados: A taxa global de resposta foi de 67,9% com 127 questionários validados. Dos resultados obtidos destacam-se seguintes: verificou-se um contacto substancial entre os profissionais e a população idosa; a maioria dos profissionais (64,6%) consideram o abuso mais prevalente em contexto familiar e 32,3% indicaram a negligência como a forma mais frequente; 97,6% dos profissionais considera que tem um papel importante na deteção de casos de abuso; a incerteza no diagnóstico foi um dos principais fatores limitadores da denúncia; verificou-se incerteza a obrigatoriedade de reportar os casos às autoridades judiciais. Ainda se constatou que 87,4% destes profissionais se sentiriam mais confortáveis com protocolos de atuação e que esta problemática não havia sido abordada na sua formação básica em 70,9% dos casos. Discussão: O contato significativo entre a população idosa e os profissionais de saúde propicia o diagnóstico e intervenção precoces. Os profissionais revelaram conhecimentos sobre o tema em linha com os indicados por alguns estudos, nomeadamente, sobre o contexto e prevalência do abuso. A subsistência de dúvidas relativamente à melhor forma para gerir estes casos e conciliar as diferentes perspetivas poderia ser colmatado, na opinião veiculada pelos próprios, pela definição de protocolos de atuação e a formação específica deverá ser considerada como um dos pilares fundamentais para preparar adequadamente os profissionais para lidar com este tipo de situações.Conclusão: Existe uma consciencialização dos profissionais de saúde sobre a relev'ncia do problema e sobre o papel que podem desempenhar na prevenção e diagnóstico do abuso. A abordagem do tema durante a sua formação associada ao desenvolvimento de normas de orientação clínica daria uma maior segurança aos profissionais na gestão destes casos.
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