OBJETIVO:  O diagnóstico intraoperatório por congelação é um recurso importante cujo uso em patologia ginecológica não tem sido suficientemente enfatizado. O objetivo do presente estudo foi avaliar as taxas de concordância entre o diagnóstico intraoperatório por congelação e o estudo anatomopatológico definitivo e determinar o quanto o diagnóstico intraoperatório por congelação é um método confiável. MéTODOS:  Um estudo retrospectivo de todos os diagnósticos intraoperatórios por congelação realizados em tumores uterinos e massas anexiais suspeitas entre janeiro e 2012 e dezembro de 2016 (excluindo metástases) no serviço de ginecologia e obstetrícia do Centro Hospitalar Tondela Viseu. Comparação do diagnóstico intraoperatório por congelação com o resultado do estudo definitivo em relação ao tipo histológico do tumor e profundidade de invasão miometrial. RESULTADOS:  Um total de 286 casos foram elegíveis para o estudo, incluindo 102 (35.7%) tumores uterinos e 184 (64.3%) tumores ovarianos. A taxa global de casos deferidos foi de 5.2% (15/286). Entre os tumores uterinos, a acuidade de diagnóstico nos casos de carcinoma endometrial foi de 96.25% (77/80). Entre os tumores ovarianos, não se verificou concordância em 2 casos (1.1%), correspondendo a um tumor borderline do tipo seroso e a um adenocarcinoma de células claras intracístico. CONCLUSãO:  O diagnóstico intraoperatório por congelação apresenta-se com um importante papel em situações selecionadas, sendo acompanhado de elevada taxa de sensibilidade e especificidade para tumores endometriais e ovarianos. A sua elevada acuidade diagnóstica encontra-se associada à possibilidade de obter um tratamento cirúrgico adequado na primeira abordagem cirúrgica.