Apresenta-se análise parcial dos resultados de pesquisa que investigou as percepções de usuários sobre o uso institucional de Medicinas Alternativas e Complementares (MAC) nos centros de saúde de Florianópolis. Realizaram-se entrevistas semiestruturadas com usuários tratados com MAC nos locais com maiores ofertas, usando como referencial teórico-metodológico a teoria fundamentada em dados. Na sua maioria, o uso de MAC era proposto pelos profissionais da atenção básica (operadores do cuidado biomédico), inicialmente de forma alternativa e preferencial à biomedicina, e houve comum preferência dos entrevistados por essa forma de uso, devido aos menores efeitos colaterais atribuídos às MAC. Usuários referiram diálogo aumentado com os profissionais devido à negociação sobre as forma de tratamentos. Emergiu a hipótese de que as MAC podem ser um tratamento alternativo inicial em parte significativa dos casos, ficando o convencional como retaguarda para uso posterior se necessário, ou complementar ou único em outras situações. Isso permite esboçar um fluxo ampliado da presença das MAC na atenção primária à saúde. Novas pesquisas e experiências institucionais são necessárias para investigação dessa hipótese, que amplifica o uso das MAC numa ‘ecologia de cuidados institucionais’.